Glossário / Perturbação do Orgasmo
Perturbação do Orgasmo
O que é?
A Perturbação Orgasmo refere-se a uma disfunção sexual caracterizada por dificuldades persistentes em alcançar um orgasmo satisfatório. Esta condição, também conhecida como anorgasmia, afeta entre 10% a 42% das mulheres. A sua prevalência varia de acordo com fatores como cultura, idade, duração e gravidade dos sintomas.
Estudos apontam que aproximadamente 10% das mulheres não experienciam o orgasmo ao longo da vida.
É importante salientar que o orgasmo feminino é complexo e diversificado, sendo que muitas mulheres não o alcançam através da penetração. O clítoris é fundamental para o prazer sexual de pessoas com vulva, sendo que a sua estimulação direta é a forma como a maioria atinge o orgasmo.
Sintomas
A Perturbação do Orgasmo Feminino é uma condição persistente e pode traduzir-se na:
- Dificuldade em atingir o orgasmo;
- E/ou redução acentuada da intensidade das sensações do orgasmo.
O diagnóstico deve basear-se no julgamento clínico de três fatores: a capacidade orgástica da mulher é menor do que seria razoável para a sua idade, a experiência sexual e adequação da estimulação sexual que recebe.
Causas
A etiologia da Perturbação do Orgasmo Feminino é multifatorial, envolvendo processos psicológicos e somáticos no desenvolvimento e manutenção desta condição. Dever-se-á considerar fatores de saúde física e psicológica, relacionais e socioculturais.
Consequências
A presença da anorgasmia pode trazer sofrimento emocional, afetar a satisfação sexual e gerar conflitos relacionais. Isto poderá desencadear níveis elevados de ansiedade, baixa autoestima e evitação da atividade sexual.
Procurar ajuda profissional é crucial para compreender as causas e encontrar estratégias para lidar com esta condição.
Tratamento
O tratamento da Perturbação do Orgasmo poderá ser realizado em conjunto com Psicologia, Ginecologia e Fisioterapia Pélvica, de forma a abranger os diferentes impactos da mesma.
A Medicina poderá ser essencial para descartar ou confirmar hipóteses físicas, e tratamento das mesmas.
A Psicologia poderá a ajudar a desbloquear medos e ansiedades, permitindo a construção de atitudes positivas em relação ao sexo. A educação e informação sobre a resposta sexual humana, são também muito importantes e eficazes na resolução ou diminuição do impacto que algumas dificuldades sexuais têm na pessoa.
Em alguns casos, as abordagens terapêuticas poderão incluir a sugestão de determinados exercícios e técnicas específicas.
A Fisioterapia do pavimento pélvico poderá contribuir para níveis mais adequados de atividade e coordenação muscular do pavimento pélvico.
Referências
- American Psychiatric Association, DSM-5 Task Force. (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders: DSM-5™ (5th ed.). American Psychiatric Publishing, Inc.. https://doi.org/10.1176/appi.books.9780890425596
- Hall, K. S., & Binik, Y. M. (Eds.). (2020). Principles and practice of sex therapy. Guilford Publications.
- Meston, C. M., Levin, R. J., Sipski, M. L., Hull, E. M., & Heiman, J. R. (2004). Women’s orgasm. Annual review of sex research, 15(1), 173-257.