Glossário / Orgasmo
Orgasmo
O que é?
A etiologia do orgasmo feminino é multidimensional e complexa, e a sua concretização é influenciada por dimensões cognitivas, dimensões comportamentais, dimensões emocionais e de dimensões fisiológicas.
O orgasmo é caracterizado, genericamente, como uma sensação variável e transitória de intenso prazer que pode criar leve alteração do estado de consciência. É acompanhado de contrações rítmicas e involuntárias da musculatura pélvica, muitas vezes com contrações uterinas e anais.
Este estado dura, em média, 5 a 12 segundos e culmina, geralmente, com a sensação de bem-estar e satisfação, derivado da libertação de oxitocina e prolactina.
Apesar da diversidade de zonas erógenas, o clitóris parece ser a peça central do orgasmo feminino, mostrando-se como a principal estrutura anatómica responsável pela obtenção de prazer sexual nas mulheres. Tal é justificado pela presença de cerca de dez mil terminações nervosas.
Desta forma, atividades sexuais que visam a estimulação clitoriana direta parecem ser as mais prováveis de maximizar a ocorrência do orgasmo nas mulheres – nomeadamente, a masturbação com foco na estimulação do clitóris, tanto a solo como em parceria, o sexo oral, e a penetração vaginal com estimulação adicional do clitóris.
O que acontece
Como consequência da estimulação sexual – física, psicológica ou ambas -, desencadeia-se a excitação sexual. À medida que a estimulação sexual aumenta, aumenta também a excitação e surgem outras respostas físicas, tais como, aumento progressivo da tensão muscular, aumento do ritmo cardíaco, ereção dos mamilos, e vasocongestão genital.
Decorrente da vasocongestão genital, os lábios externos separam-se, os lábios internos ficam mais grossos, o clitóris aumenta de tamanho e o útero eleva-se ligeiramente. E, posteriormente, poderá dar-se o orgasmo. Esta é a fase mais curta, mas também é a mais intensa de todas as fases do ciclo de resposta sexual.
O orgasmo não se limita a uma reação física, também traduz uma experiência de prazer subjetiva face a uma variabilidade de tipos e intensidades de estimulação.
Curiosidades
Atualmente, reconhece-se que o complexo clitoriano, que engloba tanto as estruturas internas quanto externas do clitóris, desempenha um papel central no orgasmo. A sua estimulação também pode ocorrer durante a penetração vaginal. A distinção entre orgasmo vaginal e clitoriano não deve ser feita, uma vez que não existem diferentes tipos de orgasmos, mas sim diferentes formas de estimulação
Todas as mulheres são diferentes, pelo que o tempo médio que levam a ter um orgasmo também varia. Algumas mulheres podem atingir o orgasmo rapidamente, outras podem necessitar de mais tempo. Alguns estudos referem que, uma vez iniciada a estimulação genital, as mulheres levam em média 14 minutos para atingir o orgasmo em parceria e levam em média 8 minutos para alcançá-lo, durante a masturbação a solo.
É importante referir que algumas mulheres têm a capacidade de experimentar múltiplos orgasmos consecutivos, mantendo seu nível de excitação sexual, no entanto, essa capacidade varia amplamente, e muitas mulheres mencionam que nunca experimentaram orgasmos múltiplos.
O sexo pode ser gratificante e prazeroso, mesmo quando não termina em orgasmo. Todos os aspetos do contexto sexual – por exemplo, uma boa comunicação, dar e receber prazer, melhorar a conexão com a parceria – podem contribuir para uma experiência sexual satisfatória.
Paralelamente, sentir pressão para atingir o orgasmo pode criar ansiedade em torno da experiência sexual e, assim, diminuir a possibilidade de atingir o orgasmo.
Referências
- Mah, K. & Binik, Y. (2001). The nature of human orgasm: a critical review of major trends.
- Clinical Psychology Review, 21 (6), 823-856. doi: 10.1016/S0272-7358(00)00069-6
- Meston, C. M., Levin, R. J., Sipski, M. L., Hull, E. M., & Heiman, J. R. (2004). Women’s orgasm. Annual review of sex research, 15(1), 173-257. doi: 10.1080/10532528.2004.10559820