Glossário / Lúpos
Lúpos
O que é?
O lúpus é uma doença autoimune, ou seja, o sistema imunitário ataca tecidos e órgãos saudáveis, com uma grande diversidade de manifestações clínicas, e bastante diferenciadas de pessoa para pessoa. Estima-se que em Portugal existam cerca de 10 mil pessoas com Lúpus.
O Lúpus pode afetar todas as faixas etárias, porém o pico de incidência é em adultos de meia idade, com 90% dos casos a serem diagnosticados em mulheres.
Além disto, parece existir uma tendência de crescimento da prevalência da doença lúpus ao longo dos últimos anos.
Existem dois tipos de Lúpus: (1) o discóide ou cutâneo, que se manifesta apenas através de manchas na pele (geralmente avermelhadas e em forma de disco), nas áreas que ficam mais facilmente expostas à luz solar (rosto, orelhas, decote e nos braços); e (2) o sistémico, no qual um ou mais órgãos/sistemas estão envolvidos.
Sintomas
A forma como o Lúpus se expressa é muito variável de pessoa para pessoa, podendo afetar quase todos os tecidos ou órgãos, e a sua gravidade pode variar de leve a potencialmente fatal.
Os sintomas do Lúpus mais prevalentes são:
- manifestações sistêmicas (por exemplo, fadiga e febre);
- músculo-esqueléticas (por exemplo, artralgias, deformidades das mãos);
- cutâneas (por exemplo, erupção cutânea malar, fotossensibilidade) e
- hematológicas (por exemplo, anemia e leucopenia).
Mas também as manifestações neurológicas, cardiopulmonares e renais têm prevalências acima de 50%. Manifestações menos prevalentes são gastrointestinais, trombose e oculares.
Além dos sintomas do Lúpus, existe para as pessoas com Lúpus um maior risco de desenvolver cancro, doenças cardiovasculares, renais, hepáticas, reumatológicas e neurológicas, além de depressão, anemia e psoríase.
Causas
A causa do Lúpus é desconhecida, no entanto sabe-se que provavelmente resultam de uma interação complexa entre fatores genéticos, hormonais e ambientais. No entanto, são conhecidos alguns fatores que podem em quem tem Lúpus causar o aumento dos seus sintomas:
- Exposição solar prolongada e/ou nos picos de maior calor;
- Emoções fortes;
- Níveis de stress elevado;
- Alguns alimentos ou uma alimentação não saudável;
- Sedentarismo ou exercício físico em excesso;
- Incumprimento do tratamento médico prescrito.
Consequências
Viver com Lúpus pode trazer diversas consequências para a qualidade de vida. Essas consequências são não só as vindas da incapacidade que os sintomas podem causar, como a dor ou a fadiga. Mas viver com lúpus exige um processo de adaptação, de integração do lúpus na perceção de si próprio, aceitação do mesmo, e aprendizagem.
Um diagnóstico de lúpus pode exigir alterações nos objetivos de vida ou papéis sociais. No entanto, é possível tornar este processo de adaptação mais positivo, existindo a promoção de estratégias que possam promover a redução do seu impacto na qualidade de vida.
Tratamento
O lúpus é uma doença crónica, ou seja, não tem cura, no entanto é possível viver bem com lúpus. O tratamento mais comum é através de medicação que deve ser receitada por um médico, geralmente reumatologista ou internista e revista caso a caso.
As taxas de não adesão ao tratamento são substanciais e significativas no Lúpus, com a percentagem de pacientes que não aderem à medicação variando de 43 a 75%. E por isso é uma área que necessita intervenção e de sensibilização porque é muito importante cumprir o tratamento estipulado.
Além disso, o acompanhamento multidisciplinar é fundamental, existindo melhores resultados para a saúde da pessoa com Lúpus quando é também acompanhada por psicólogo, nutricionista e especialista em atividade física. A manutenção de um estilo de vida saudável que inclua o cuidado com a saúde física, mental e social é fundamental para reduzir o impacto do lúpus na qualidade de vida e ganhar mais saúde.