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Glossário / Esquizofrenia

Esquizofrenia

O que é?

A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica crónica e grave que afeta a cognição, as emoções e o comportamento. Esta perturbação manifesta-se por meio de uma ampla variedade de sintomas, classificados em sintomas positivos – como alucinações e delírios, negativos – envolvendo déficits na expressão emocional e motivação, e cognitivos – prejuízo nas funções mentais, como atenção e memória.

Caracteriza-se por episódios psicóticos, nos quais a pessoa perde contato com a realidade.

Sintomas

Os sintomas da esquizofrenia são vastos e variados, mas comumente incluem delírios, que são crenças falsas e infundadas, e alucinações, que podem envolver percepções sensoriais inexistentes.

O pensamento desorganizado, a falta de motivação, a expressão emocional limitada e a dificuldade em manter a atenção são características intrínsecas.

Os sintomas podem ser classificados em duas categorias principais: os positivos, que acrescentam comportamentos atípicos, e os negativos, que refletem a ausência ou diminuição de comportamentos normais.

Causas

A etiologia da esquizofrenia é complexa e multifatorial, envolvendo uma interação entre predisposição genética e fatores ambientais. Desequilíbrios neuroquímicos, especialmente na neurotransmissão da dopamina, têm sido associados ao aparecimento da doença e dos sintomas.

Existem vários factores que podem aumentar a predisposição para desenvolver a doença, tais como factores genéticos, eventos traumáticos durante o desenvolvimento fetal, complicações no parto, traumas na infância e consumo de substâncias. O diagnóstico da esquizofrenia é clínico e baseado na observação dos sintomas, uma vez que não há marcadores biológicos específicos. 

Consequências

As consequências da esquizofrenia para a qualidade de vida são substanciais e abrangem diversos aspetos da vida quotidiana. Essas implicações variam de pessoa para pessoa, dependendo da intensidade dos sintomas, do suporte disponível e da eficácia do tratamento.

O seu impacto estende-se para além de fases com sintomas psicóticos mais exuberantes, uma vez que a Esquizofrenia afeta, não só, a perceção da realidade, mas a vivência da pessoa em relação a ela própria e aos que a rodeiam. Dificuldades nas relações sociais, desafios ocupacionais e um estigma social significativo frequentemente acompanham essa condição.

A falta de insight sobre a própria doença – um sintoma comum – pode dificultar a adesão ao tratamento, resultando em recaídas e complicações adicionais.

Tratamento

O tratamento da esquizofrenia é realizado através de uma abordagem multidisciplinar e personalizada. Medicamentos antipsicóticos são frequentemente prescritos para controlar os sintomas psicóticos, como alucinações e delírios, além disso contribuem para a estabilização do humor e redução do impacto dos sintomas na pessoa.

O suporte social desempenha um papel crucial no tratamento. Envolver a família e amigos no processo, bem como participar de grupos de apoio, pode proporcionar um sistema de suporte emocional e prático. Programas de reabilitação psicossocial visam melhorar as competências sociais, ocupacionais e de vida diária, podem incluir treino de competências básicas, apoio ao emprego e assistência na reintegração na comunidade.

Em casos de crise aguda, o internamento pode ser necessário para estabilização e segurança, permitindo uma monitorização e ajuste terapêutico mais próximo

A intervenção precoce é crucial para prevenir complicações a longo prazo e melhorar o prognóstico; a manutenção da adesão ao tratamento é fundamental para prevenir recaídas. Devem ser mantidas consultas regulares com profissionais de saúde mental.

Compreender e enfrentar a esquizofrenia requer mais do que um simples reconhecimento dos sintomas – uma abordagem holística, considerando também os aspetos emocionais, sociais e físicos, é essencial para um tratamento abrangente. A abordagem terapêutica deve ser personalizada, adaptando-se às necessidades individuais de cada pessoa com esquizofrenia.

O suporte contínuo e a colaboração entre a pessoa, familiares e profissionais de saúde mental são fundamentais para uma gestão bem-sucedida da esquizofrenia e otimização da qualidade de vida a longo prazo.

Referências

  1. American Psychiatric Association. (2013). “Diagnostic and statistical manual of mental disorders (5th ed.).” Arlington, VA: American Psychiatric Publishing.
  2. Mueser, K. T., Deavers, F., Penn, D. L., & Cassisi, J. E. (2013). “Social cognitive intervention for people with schizophrenia: a randomized controlled trial.” Journal of Consulting and Clinical Psychology, 81(1), 23-34.

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