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Glossário / Cancro na Gestação

Cancro na Gestação

O que é?

O Cancro na Gestação (Cancro Gestacional) ocorre durante a gravidez ou durante o primeiro ano pós-parto. 

Acontece em cerca de 1/1.000 gestações, apresentando com uma incidência crescente associada à tendência de as mulheres serem mães cada vez mais tarde na sua vida, e também a  outros fatores de risco, como a obesidade.

As neoplasias mais comuns durante a gestação são: cancro da mama, linfoma, cancro do colo do útero, leucemia, cancro no ovário, cancro gastrointestinal, tireoide e melanoma.

Sintomas

O diagnóstico de cancro durante a gravidez é um desafio porque os sinais e sintomas do aparecimento das neoplasias podem ser interpretados como alterações fisiológicas normais da gravidez, incluindo a fadiga, alterações mamárias, anemia, náusea e/ou sangramento retal. Como resultado, a maioria dos casos de cancro associados à gravidez são diagnosticados após o parto. 

Quando os sintomas suspeitos são reconhecidos, a ultrassonografia é a modalidade de imagem preferida uma vez que não oferece riscos ao feto. A ressonância magnética também não gera nenhuma radiação ionizante e costuma ser adequada em termos de qualidade de imagem. No caso de ser realizada com contraste gadolínio não deve ser utilizada durante a gravidez uma vez que este pode atravessar a placenta.

Tratamento

Em caso de diagnóstico positivo de doença oncológica, o tratamento oncológico na gravidez deve seguir, tanto quanto possível, os tratamentos utilizados para pacientes não grávidas, para conservar o prognóstico materno.

  • Quimioterapia
    A maioria dos medicamentos pode atravessar a placenta devido ao seu peso molecular ser relativamente pequeno. Por isso, quando a condição requer este tipo de tratamento, esta deve ser evitada no primeiro trimestre da gravidez para evitar interferência no desenvolvimento embrionário e reduzir o risco de malformações graves. Após as 12–14 semanas de gestação, a administração da maioria dos medicamentos citotóxicos é considerada viável e relativamente segura desde que em doses adequadas. A administração de tratamento quimioterápico deve ser evitada após as 35 semanas de gestação para minimizar o risco de mielossupressão e infeções subsequentes. Após o parto, o exame histopatológico da placenta pode ser realizado, embora a metástase para a placenta e para o feto seja muito rara.
  • Radioterapia
    Em cancros localizados perto da zona pélvica, devido às altas dosagens de radiação e às consequências graves ou letais para o feto, a radioterapia não deve ser realizada durante a gravidez. Em casos de cancros não pélvicos, por exemplo da mama, a radioterapia é limitada ao primeiro trimestre. O impacto da irradiação no feto depende da idade gestacional e da dose de radiação. É essencial que o esquema de tratamento seja planeado de acordo com o paciente. 
  • Parto
    Deverá ser planeado para minimizar o intervalo sem tratamento e não prejudicar o resultado materno. Sempre que possível, deve ser planeado após as 37 semanas de gestação para evitar possíveis complicações. A indução do parto prematuro para iniciar o tratamento oncológico deve ser evitada sempre que possível devido às morbilidades a longo prazo das crianças prematuras.
  • Amamentação
    Para mulheres grávidas com diagnóstico de cancro, a amamentação é recomendada para o vínculo emocional e como compensação saudável após a exposição pré-natal ao tratamento.No entanto, a quimioterapia é uma contraindicação para a amamentação pela passagem do composto pelo leite materno. Quando uma mulher se encontra em quimioterapia, é recomendado um período de segurança de 3 semanas entre a última administração da maioria dos agentes quimioterápicos.

Referências

  1. Javitt MC. Cancer in pregnancy: overview and epidemiology. Abdom Radiol (NY). 2023; 48(5):1559-63.
  2. Silverstein J, Post AL, Chien AJ, Olin R, Tsai KK, Ngo Z, et al. Multidisciplinary Management of Cancer During Pregnancy. JCO Oncol Pract. 2020; 16(9):545-57.
  3. Michalet M, Dejean C, Schick U, Durdux C, Fourquet A, Kirova Y. Radiotherapy and pregnancy. Cancer Radiother. 2022; 26(1-2):417-23.

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