Aborto

O aborto trata-se da interrupção, intencional ou espontânea, de uma gravidez, resultando na expulsão ou na morte do feto antes que ele tenha a capacidade de sobreviver fora do útero.

Um aborto espontâneo, também conhecido como aborto natural, ocorre quando uma gravidez termina antes da 20ª semana de gestação, geralmente devido a complicações médicas ou alterações no feto. Estima-se que o aborto espontâneo ocorra em 10 a 20% de gravidezes clinicamente reconhecidas.

Os sintomas de um aborto espontâneo podem variar, mas os mais comuns incluem  sangramento vaginal, que pode variar de leve a intenso, cólicas ou dor abdominal, passagem de coágulos ou tecido gestacional e perda dos sintomas da gravidez, como as náuseas, por exemplo.

Em 50% dos casos pensa-se que a causa do aborto se associa a anormalidades cromossómicas do feto. Já os fatores de risco principais são a idade avançada da mãe e perda gestacional precoce prévia. Estima-se que a incidência de aborto espontâneo nas mulheres pertencentes à faixa etária entre os 20 e os 30 anos se encontre entre 9 e 17%, comparando com os 80% corresponentes às grávidas com 45 anos. Outros fatores de risco incluem consume de álcool, tabaco ou cocaína.

Um aborto espontâneo pode ter consequências físicas e emocionais para a qualidade de vida da mulher e do casal. Quanto às primeiras, o mais frequente é que não existam e que a mulher recupere completamente, no entanto, podem ocorrer infeções como hemorragias excessivas ou infeções, como o aborto séptico abordado mais à frente. Já as consequências emocionais podem passar por angústia, tristeza pela perda, pode associar-se ao desenvolvimento de depressão, por exemplo. Para além disso, podem existir ainda repercussões no sistema familiar, já que os planos de ter filhos no futuro podem ser afetados.

Um aborto espontâneo pode ter consequências físicas e emocionais para a qualidade de vida da mulher e do casal. Quanto às primeiras, o mais frequente é que não existam e que a mulher recupere completamente, no entanto, podem ocorrer infeções como hemorragias excessivas ou infeções, como o aborto séptico abordado mais à frente. Já as consequências emocionais podem passar por angústia, tristeza pela perda, pode associar-se ao desenvolvimento de depressão, por exemplo. Para além disso, podem existir ainda repercussões no sistema familiar, já que os planos de ter filhos no futuro podem ser afetados.

O aborto recorrente é definido como a perda de três ou mais gestações consecutivas antes da 20ª semana. É menos comum que a anterior, ocorrendo em 1% das mulheres que tentam engravidar.

Os sintomas de um aborto recorrente são semelhantes aos de um aborto espontâneo único, descrito anteriormente.

As causas do aborto recorrente voltam a subdivir-se entre o feto (alterações genéticas, por exemplo) e a mãe. Nesta estão contempladas também as alterações genéticas, anatómicas (+útero ou colo do útero), doenças subjacentes e ainda idade materna avançada.

O aborto recorrente pode trazer os mesmos impactos na qualidade de vida da grávida e do casal que o aborto espontâneo. No entanto, pela repetição estes podem ser ainda mais significativos, trazer risco acrescido de perturbações de ansiedade e ainda pode dificultar mais o planeamento de gravidez do casal.

O tratamento do aborto recorrente envolve identificar e abordar as causas subjacentes. Pode ser importante o aconselhamento genético, para identificar anormalidades genéticas nos pais ou no feto, pode implicar a correção cirúrgica de alguma alteração anatómica, o tratamento de patologias da mãe que estejam subjactentes e ainda apoio psicológico.

O aborto séptico é uma complicação grave que ocorre quando uma infeção se desenvolve após um aborto, seja ele espontâneo ou induzido. Isso pode colocar em risco a vida da mulher e requer intervenção médica imediata.

O aborto séptico é uma complicação grave que ocorre quando uma infeção se desenvolve após um aborto, seja ele espontâneo ou induzido. Isso pode colocar em risco a vida da mulher e requer intervenção médica imediata.

Os sintomas de um aborto séptico podem incluir febre alta, dor abdominal intensa, hemorragia vaginal excessiva e mal-estar geral, que surgem geralmente 24 a 48 horas após o aborto.

O aborto séptico é normalmente resultado de técnicas não estéreis para esvaziamento uterino e são muito mais comuns após procedimentos realizados por profissionais não especializados.

O aborto séptico é uma emergência médica que pode ter consequências graves, já que existe um alto risco de sépsis (infeção generalizada potencialmente fatal) e pode ainda causar danos ao útero órgãos circundantes.

É urgente remover o tecido fetal e placentário remanescentes, introduzir antibióticos apropriados à infeção e monitorizar os sinais vitais, tendo os cuidados gerais para controlar a tensão arterial, por exemplo, se necessário.

É urgente remover o tecido fetal e placentário remanescentes, introduzir antibióticos apropriados à infeção e monitorizar os sinais vitais, tendo os cuidados gerais para controlar a tensão arterial, por exemplo, se necessário.

1. Alves C, Rapp A. Spontaneous Abortion. In: StatPearls. StatPearls Publishing, Treasure Island (FL); 2022. PMID: 32809356. 
2. Deng T, Liao X, Zhu S. Recent Advances in Treatment of Recurrent Spontaneous abortion. Obstet Gynecol Surv. 2022 Jun;77(6):355-366. doi: 10.1097/OGX.0000000000001033. PMID: 35672876; PMCID: PMC9169761.