Glossário / Psicose
Psicose
O que é?
A psicose é um estado mental em que a pessoa perde o contato com a realidade – a sua interpretação e a perceção ficam significativamente distorcidas. Durante episódios psicóticos, ocorrem alterações profundas no pensamento, nas emoções e no comportamento da pessoa, levando a uma desconexão marcante com o mundo ao seu redor.
Este estado pode manifestar-se através de alucinações, onde a pessoa percebe sensações que não têm base na realidade, como ver, ouvir, sentir ou cheirar algo que não está presente. Delírios também são comuns, representando crenças falsas e infundadas que são mantidas com convicção, muitas vezes em desacordo com o consenso da sociedade.
Sintomas
Os sintomas de psicose podem variar em intensidade e forma, mas frequentemente envolvem a presença de delírios, que são crenças falsas e irrefutáveis, e alucinações, que são perceções sensoriais sem uma base real.
O pensamento desorganizado, a falta de motivação e a incapacidade de distinguir a realidade são características marcantes. A psicose pode resultar num impacto significativo na capacidade da pessoa de funcionar no dia a dia.
Causas
A psicose é frequentemente associada a condições psiquiátricas subjacentes, tais como esquizofrenia, perturbação afetiva bipolar, ou pode ocorrer devido a fatores como uso de substâncias, trauma ou condições médicas.
Consequências
A psicose, que se caracteriza por uma desconexão com a realidade, pode ter impacto negativo em vários aspetos da qualidade de vida. As relações sociais são afetadas pela dificuldade de interação e pelo isolamento social.
A funcionalidade diária torna-se desafiadora, prejudicando o desempenho no trabalho e nos estudos. O estigma social em torno da psicose contribui para a discriminação e dificulta a aceitação na sociedade. Em casos mais graves, saúde física é prejudicada pela negligência de autocuidado durante os episódios psicóticos.
A autoestima e a autoimagem podem ser abaladas, com sentimentos de inadequação. Além disso, há uma sobrecarga emocional significativa tanto para a pessoa afetada quanto para os seus entes queridos.
Comportamentos associados à psicose podem representar risco para a segurança pessoal ou para as pessoas ao redor.
Tratamento
O tratamento da psicose é abrangente, combinando medicamentos antipsicóticos, psicoterapia e apoio social. Os medicamentos ajudam a controlar sintomas como alucinações e delírios, estabilizando desequilíbrios químicos no cérebro.
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é eficaz para compreender e lidar com pensamentos distorcidos, promovendo maior funcionalidade. O apoio social, incluindo grupos de apoio e intervenções familiares, é crucial. Em situações graves, o internamento pode ser necessário para garantir a segurança e assegurar o cumprimento de tratamento. A intervenção precoce visa prevenir complicações a longo prazo.
O acompanhamento contínuo é essencial, pois a psicose é muitas vezes crónica. Psicoeducação sobre a doença, tanto para a pessoa afetada quanto para a família, é vital. A colaboração entre profissionais de saúde mental, médicos e entes queridos é necessária para um tratamento personalizado e eficaz, adaptado às necessidades individuais.
O tratamento visa não só controlar sintomas agudos, mas também promover a funcionalidade e qualidade de vida a longo prazo.
Referências
- American Psychiatric Association. (2013). “Diagnostic and statistical manual of mental disorders (5th ed.).” Arlington, VA: American Psychiatric Publishing.
- Mueser, K. T., Jeste, D. V. (2008). “Clinical Handbook of Schizophrenia.” Guilford Press.